Filosofia de Ministério

Em 1934, Deus chamou um menino de 10 anos de idade para missões. Em resposta a esse chamado, John Edmund Haggai, anos mais tarde, fundou o Haggai Institute for Advanced Leadership. Ele o fez baseado na convicção de que a Grande Comissão de nosso Senhor Jesus Cristo (Mateus 28:18-20) ainda é válida, imperativa e viável para hoje.

Depois de fazer várias visitas à Ásia durante os anos 60, John Haggai chegou a algumas conclusões fundamentais, que deveriam governar tanto o conceito quanto a estrutura organizacional do Instituto Haggai.

A maior dessas conclusões foi a certeza de que, mesmo sendo a mensagem do Evangelho imutável, os métodos usados na comunicação da mensagem de Jesus no campo das missões mundiais deveriam ser revisados.

Métodos Ineficientes

Especificamente, John Haggai percebeu que os métodos considerados normativos pela maior parte das organizações missionárias do Ocidente logo se tornariam ineficientes para comunicar a mensagem da Grande Comissão por causa das seguintes razões:

  1. Limitação numérica
    Seriam necessários milhares de missionários transculturais para terminar a tarefa da Evangelização Mundial.
  2. Distribuição desproporcional
    Os missionários ocidentais não estavam distribuídos geograficamente na proporção necessária para o cumprimento da tarefa. Provavelmente, apenas um quarto do pessoal ativo em missões estava alocado na Ásia, onde, no entanto, estava 60% de toda a população mundial.
  3. Restrição de vistos
    Números muito expressivos de pessoas que precisariam ouvir o Evangelho viviam em países fechados para os missionários ocidentais - entre eles estavam as duas maiores nações do mundo: a Índia e a China. Em muitos casos, essas restrições surgiam de uma reação e rejeição da influência ocidental.
  4. Diferenças culturais
    O indiano Sadhu Sundar Singh disse em 1922: "Se você deseja dar a água da vida para o povo da Índia, faça-o em um copo indiano".

    Apesar do pesado investimento feito na aprendizagem da língua e na assimilação cultural, os missionários ocidentais continuariam sendo vistos como estrangeiros.

    Eles não poderiam, no sentido completo da expressão, ser "povo da terra" junto àqueles que desejavam alcançar, nem poderiam se ver totalmente livres das associações que sua nacionalidade produzia na mente do povo local.

  5. Limitações financeiras
    Sustentar missionários em outras nações seria algo muito caro. Mesmo que todos os países do mundo abrissem suas portas e dessem vistos para missionários, o orçamento mundial de missões não seria suficiente para sustentar toda a força missionária necessária para alcançar todo o globo.

Pressuposições Metodológicas

Diante desse pano de fundo, Dr. Haggai lançou os pressupostos que regem a filosofia missionária do Instituto Haggai, os quais resumimos aqui da seguinte forma:

  1. Missão possível
    O mandamento do Senhor Jesus é uma expressão de Sua Soberania. É inconcebível a idéia de que Cristo ordenaria ao Seu povo uma tarefa impossível de ser cumprida. Ele não determinaria que sua igreja fosse um fracasso e fosse zombada por não cumprir sua missão.
  2. Identificação cultural
    A força missionária mais eficaz que existe é aquela que já pertence a uma certa cultura, ou seja, é uma força composta pelos próprios membros daquele país. Eles são recebidos amistosamente pelos seus companheiros. Eles conhecem a língua. Eles não precisam de vistos. E porque eles compreendem a cultura, eles são equipados singularmente, sob a direção do Espírito Santo, para desenvolver abordagens racionais e bíblicas para todos os desafios evangelísticos do seu próprio povo. Ou seja, eles sabem comunicar o evangelho dentro de uma cultura com sistemas de casta, poligamia, adoração de ancestrais, proibições dietéticas, etc. Já que, nos últimos 200 anos de missões, milhões de convertidos já estão presentes nas nações ao redor do mundo, uma opção seria enfatizar o treinamento de líderes nacionais para o evangelismo de seu próprio povo.
  3. Investimento estratégico
    Como uma regra básica, um uso altamente efetivo dos fundos missionários, seria o de investir estrategicamente nos próprios filhos da terra, dentro de uma determinada cultura, para que eles evangelizassem mais efetivamente o seu próprio povo e treinassem outros para fazer o mesmo.
  4. Autonomia local
    Estudos dos métodos do Apóstolo Paulo revelam que, ao espalhar o evangelho dentro do Império Romano, ele enfatizou o fato de que as igrejas deveriam ser auto-governadas, auto-sustentadas e auto-propagantes. Por isso, a estratégia de missões seria a de não sustentar os ministérios nacionais com dinheiro estrangeiro.

E que dizer das Missões Trans-Culturais

As missões trans-culturais são importantíssimas. A obediência do "Ide a todas as etnias" (Mt 28:19) exige o trabalho missionário transcultural. Cremos que Deus continuará a mover milhares de pessoas em ministérios transculturais em muitas nações. Na verdade, muitos graduados do Instituto Haggai estão diretamente envolvidos no evangelismo transcultural.

No entanto, o Instituto Haggai escolheu focar seus esforços em outra parte, ou seja, no treinamento de nacionais. Esta decisão é apenas uma preferência metodológica do Instituto Haggai e em nada depõe contra tudo o que Deus soberanamente está fazendo ao redor do mundo em termos de missões transculturais, inclusive através do ministério de nossos graduados.